segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Nine - Circus Maximus


Pode falar, você também achou essa brincadeira com a sombra da capa muito irada.

No já longincuo ano de 2005, os noruegueses do Circus Maximus lançaram seu aclamado debut entitulado The 1st Chapter, que eu só vim conhecer graças ao bom e velho Orkut (que ODIN o tenha) em 2008, já após o lançamento de seu segundo disco, Isolate. Com o poder em mim investido pelo compartilhamento de dados gratuito, tive acesso aos dois discos e a banda me conquistou com sua sonoridade que parece alguma mistura de alguma banda pop dos anos 80 com o bom e velho prog metal que conhecemos e uma pitadinha de power. (sempre imagino o Darth Sidius gritando essa palavra)
Aliás, essa pegada deles rendeu até algumas aparições de suas músicas no, vejam vocês, Globo Esporte. Ouvi Arrival of Love muitas vezes em meio a gols do Botafogo.

Cinco anos após o lançamento de Isolate, eis que nos brindaram com seu mais recente lançamento, o album Nine, de meados do ano passado. Agora chega de freetalk. Vamos falar de música.






O tempo (e o Photoshop) realmente muda as pessoas.

O disco demonstra uma maior maturidade da banda, o que prova que esse tempo foi bom para eles. Felizmente, isso significa que não perderam uma das que julgo principais características da banda: os refrões altamente marcantes. As linhas vocais estão absolutamente pegajosas. Do tipo que você sai cantarolando depois de ouvir apenas uma vez. Destaques nesse quesito para Burn After Reading, Reach Within,

A cozinha da banda continua muito precisa, com Glen Cato Møllen e Truls Haugen, respectivamente baixista e baterista fazendo um ótimo trabalho em meio as levadas poliritmicas e passagens em uníssono como em Architect of Fortune e Used, .

Embora não possua harmonias rebuscadas, o disco tem um apego e um carinho muito grande com as linhas melódicas. Todos os vocais, backs, solos e passagens instrumentais estão perfeitamente bem casados, com timbres bem escolhidos pra cada passagem de cada musica, dando assim os mais variados climas a obra completa.

O tecladista Lasse Finbråten e o guitarrista Mats Haugen estão cada vez mais mortiferos em seus solos, tornando cada nota extremamente necessária para o resultado final, sem fritações ou arpeggios “ao vento”. Exemplos fortes são as músicas The One, com um incrível solo de teclado,  Burn After Reading e Last Goodbye.

Presando a música ao invés do talento individual, a banda conseguiu tornar o disco conciso e organico, de forma que nada parece estar fora do lugar.

Como alguns devem saber, sou muito, mas muito fã de prog metal e uma das coisas mais controversas no prog mesmo entre os fãs de prog é a forma de trabalho nas musicas. Há quem goste de solos infinitos e virtuosos em musicas de 25 minutos, quem goste de musicas de 25 minutos com passagens instrumentais “fucking virtuous” ao inves de solos, e há também que não goste de nenhum dos dois e prefira discos como os que o PoS costuma lançar, com musicas de curta duração (ou o que se pode considerar curto pro estilo) aonde a progressividade está nos temas das canções e na forma de conduzir o disco. Eu particularmente gosto de tudo. E esse album me deu esse tudo. Sem dúvida recomendo muito a todos e espero que os caras não demorem mais cinco anos pra lançar novidades. Aliás, espero o tão falado show no Brasil que já vem sendo comentado a alguns anos e nunca é marcado.  

Ouçam o disco na integra clicando aqui e comentem o que acharam no post.

Nine – Circus Maximus
Formação:
Michael Eriksen: Vocais
Truls Haugen: Bateria
Mats Haugen: Guitarras
Glen Møllen: Baixo
Lasse Finbråten: Teclados

Track List:
1. Forging
2. Architect of Fortune
3. Namaste
4. Game of Life
5. Reach Within
6. I Am
7. Used
8. The One
9. Burn After Reading
10. Last Goodbye


Avaliação: 5/5

2 comentários:

  1. Curti a resenha, mano.
    Posso até ouvir devido a sua ótima escrita, mesmo que atualmente eu escute pouco "esse tipo de prog", apesar de gostar do mesmo. Menos que antes, contudo ainda gosto.

    Estou ouvindo mais alternativo, indie, art rock, entre outros. Ouvindo muito Steve Wilson ( estou viciado), Porcupine Tree e meu querido Pain Of Salvation sempre, claro. Tá indo bem com as recomendações, rapaz. Continue assim. Espero as próximas, Bira-san.

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  2. ouvi Forging... em seguida The One... fiquei tipo, WTF oO
    Forging parece fundo musical de jogo de zumbi, pensei logo "ué, banda de sound track? Não parecia ser isso pelo que tava escrito..."
    em seguida, com The One foi "THIS MAKES NO SENSE WITH THE FIRST ONE... MY BRAIN IS CONFUSED"
    Terceira da sequencia, I Am, já deu pra ter uma ideia melhor da coisa, Forging provavelmente sendo algo como um extra no album apenas para mostrar que podem... a banda realmente é boa. Não do meu estilo principal, mas definitivamente algo que eu poderia colocar em um mp3 ou lista de musicas que eu escute com frequência.
    Pra finalizar a Game of Life, afinal, não gosto de terminar em números impares. Por alguma razão o ritmo me faz pensar em um Michael Jackson do prog no começo, porém passando para um estilo mais próprio em seguida.
    Minha avaliação pessoal fica em 9/10.
    Uma vez que em 5 ficaria quebrado, pois não acho um 4/5 merecido, porém, ainda não senti aquele "quê" de épico que me faria dar uma nota perfeita.

    Forging the one I am. Game of life.

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